7 de janeiro de 2013

Da Janela

Ainda ouço o barulho dos fogos de artifício queimando no céu azul da madrugada do dia primeiro. Naquele instante, parei para acompanhar o espetáculo que se formava no céu e tenho certeza de que algumas outras pessoas também pararam em frente à janela para espiar a queima em massa e, sem perceber, pousaram o olhar em um ponto específico e se perderam no tempo e os fogos viraram um cenário de lembranças. Para alguns, a passagem do ano se mostra apenas como uma simbologia ou a simples troca de um número pelo outro, o resto é uma constante: as perspectivas ou a falta delas, as leituras, as histórias, o cronograma, a tarifa de embarque, as roupas brancas e etc. Para outros, a passagem é um começo, é a possibilidade de mudar e renovar as forças: é a expectativa de crescimento e desenvolvimento de novos ideais.


Para aqueles que visualizam no ano novo a grande chance de melhorar na vida, material e físico-espiritual, a mudança não se caracteriza como uma simples troca de calendário - é mais que simbólico. Significa vida nova e esperança de um novo tempo. Da janela ou ao ar livre, amontoaram-se pessoas ansiosas para ver o ano novo chegar com a perspectiva de um novo início: fizeram planos, mudaram o visual, mudaram a aparência da casa, tudo para dar abertura à entrada em um novo momento. É a alegria da colheita vindoura, pode-se assim dizer.

Para os que se dizem despreocupados com a passagem do ano, a vida continua em linha reta, ou não. Há sim a perspectiva da continuidade. Alguns creem piamente que já estão velhos demais para fazer do ano novo uma festa. Outros simplesmente não acompanharam a passagem porque acreditam que o mote contínuo de mudanças se inicia dentro de cada um e a passagem significa, apenas, que mais uma estação está se firmando.

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