Muita coragem me falta neste instante, mas ela sempre está lá. Levanta, senta. Senta, levanta. As mãos apressadas e trêmulas, as roupas molhadas de tanto trabalho em casa: roupas no varal limpas e aromáticas, comida na panela de dar gosto o cheiro do tempero. E o aroma se espalha pela casa afora até atravessar as cortinas e chegar à vizinhança. E muita coragem me falta, menos a ela que está lá sentada em sua cadeira de balanço. E ela estava lá, fim de tarde, sentada em sua cadeira; cachimbo na mão direita, olhar distante e umas baforadas violentas em direção à janela. Devia estar pensando no tempo em que morou na rua da coragem.28 de setembro de 2012
Rua da Coragem
Muita coragem me falta neste instante, mas ela sempre está lá. Levanta, senta. Senta, levanta. As mãos apressadas e trêmulas, as roupas molhadas de tanto trabalho em casa: roupas no varal limpas e aromáticas, comida na panela de dar gosto o cheiro do tempero. E o aroma se espalha pela casa afora até atravessar as cortinas e chegar à vizinhança. E muita coragem me falta, menos a ela que está lá sentada em sua cadeira de balanço. E ela estava lá, fim de tarde, sentada em sua cadeira; cachimbo na mão direita, olhar distante e umas baforadas violentas em direção à janela. Devia estar pensando no tempo em que morou na rua da coragem.
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