29 de agosto de 2011

Sentimentalidades

Gostava de ficar ali, rente à janela, onde os pingos da chuva batiam com uma constância perturbadora e onde o Sol iluminava o rosto de quem se posicionasse no lugar em que ela está agora.
 
Caminhou até ali com passos quase que cronometrados, apoiou-se no parapeito e olhou as mãos e percebeu o quanto elas estavam envelhecidas e concluiu que o tempo havia passado rápido demais e ela ainda nem chegara a viver um terço do que gostaria.

15 de agosto de 2011

A Conclusão

Não, a conclusão não é a morte –  refletiu por alguns instantes. Mas, certamente – pensou ele –, a vida não é um mar de rosas; mais um ponto para o óbvio! A diferença, entre uns e outros, é a quantidade de dinheiro que cada um tem no caixa porque, no fim, todos vão para o mesmo buraco. É certo que uns preferem virar cinzas; outros a gaveta – que é para conservar o corpo.

8 de agosto de 2011

Das coisas que interpretamos

Houve um período da vida em que eu tive medo do escuro porque me massacravam com o lema: "fantasmas existem”. E eu, ainda na inocência, acreditava piamente na história e o sono demorava a chegar e eu começava a tremer sob os lençois de algodão azul, que minha mãe gostava de por na cama.

Hoje eu ainda tenho um pouco de medo do escuro, mas não é de qualquer escuridão. A minha alma é que fica obscura e é um clamor quando acontece e aí tenho que agir rápido; algo está errado. Daí eu fico com medo porque a vida está pesando em mim.

1 de agosto de 2011

A Idade

A primeira impressão não é a que fica. Essa é a minha primeira percepção das coisas. O único problema é que eu não consegui provar por A+B que isso é de fato verdadeiro; mas eu, ao menos, tentei fazê-lo.

Os depoimentos que colhi, para embasar o que aqui exponho, não serviram de aporte por uma simples questão de confiabilidade.