“Mas quem tem coragem de ouvir,
Amanheceu o pensamento que
Vai mudar o mundo com seus
Moinhos de vento”.
(Frejat e Dulce Quental)

Só pra quem tem coragem, ele disse esfregando bem forte as mãos e piscando os olhos denotando uma inquietação nunca antes vista em seu semblante. Sempre calmo, rosto sereno e tranquilo, ninguém jamais duvidou da sua coragem, porém questionavam sua agilidade e insistiam que ele não iria muito longe porque pouco expressava sua opinião quando solicitado. Pouco se doava nos relacionamentos, não por medo. Ele tinha uma espécie de código de conduta: não requerer satisfação quando não parecesse necessário; não fingir amor quando não sentia; não cobiçar quando não lhe apetecia. Não fazia nada por fazer, era o seu lema, preferia deixar seguir. Era sereno.