Até os gritos da mãe me soam como música aos ouvidos. Como era bom aquele tempo, foi lá que eu aprendi a andar de bicicleta.Ainda me lembro bem de tudo, guardo todas as fotografias num álbum de papel datado em letras miúdas junto com as horas, o lugar e o sentimento: tudo num espaço ínfimo do lado direito de quem abre para ver as fotos. E agora quem abre o álbum sou eu e me emociono. Eu sei que devia ter relaxado mais e aproveitado tudo com mais sobriedade, mas agora é um pouco tarde para analisar essas coisas. Ou talvez tivesse mesmo que ser daquele jeito, a imaturidade faz a gente cegar e perder o rumo. Agora a saudade aperta o meu peito e me faz lembrar os fins de semana na Praia do Sol, lá pras bandas do Sul, e nossa tentativa de juntar roupa e comida em uma mochila do tipo Speedo: tudo em vão, não cabia nem a metade do que pretendíamos levar.
Nem metade daquilo que éramos e nem metade daquilo que sou hoje. Não sei como você seria, mas sei que tudo corre para o bem de cada um. Penso que é melhor para nós dois que eu carregue só as lembranças em meu peito porque se fosse diferente, e você estivesse aqui, talvez um de nós estivesse em grande sofrimento. E, ao menos nas lembranças, eu posso eternizar os momentos bons e afixá-los em um mural no meu quarto, caso me agrade. Mas por enquanto eu prefiro deixar o rolo X-T400 da Kodak na gaveta e olhá-lo vez em quando ou abrir o álbum de papel, ante a insistência da saudade.
Muito bela forma de expressar essa danada da saudade!!!!!Parabéns!!!Bjsss
ResponderExcluirEdilma, não queira voltar no tempo para "consertar", que é certo, não faria diferente - agimos como as coisas se apresentam no momento e nem tudo depende de nós. Se há saudade, é porque tiveram muitas coisas boas!! Feliz ano novo!!
ResponderExcluirLindo texto. Parabéns pelo blog.
ResponderExcluirContemple uma premissa de meu primeiro livro O Amortecimento, disponível em http://www.bookess.com/read/14684-o-amortecimento/
Divã da Tia eni
www.divadatiaeni.com