Deitada, coberta dos pés à cabeça, Cláudia se pergunta por que ainda está na cama. Já passa das 12h00 e ela ainda não tomou o seu primeiro gole de café. Se sente vencida como se nada mais houvesse a fazer. Se sente diminuída como se nunca tivesse feito um gesto agradável na vida.
Cláudia, deitada em sua cama desconfortável - não pelo tamanho ou pelo colchão, mas pela dor que sente por não ter vencido algumas partidas do jogo -, aperta o lençol contra o corpo e cerra os olhos como se não quisesse ver mais ninguém. Como se a verdade doesse tanto que encará-la fosse um escárnio.
Se entregou. Deu-se por vencida. Como se todas as promessas não fossem mais ser cumpridas. Como se nenhuma porta fosse ser aberta na parede de concreto, como alguém lhe dissera ser possível há um tempo atrás. Cobriu-se com o lençol como se assim pudesse solucionar toda sua angústia.
Cláudia só esqueceu de uma coisa: a vida continua seguindo depois da porta do quarto. Há partidas que se iniciam a cada instante. O jogo não acabou. É preciso levar e tomar café. É preciso seguir.
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