A primeira impressão não é a que fica. Essa é a minha primeira percepção das coisas. O único problema é que eu não consegui provar por A+B que isso é de fato verdadeiro; mas eu, ao menos, tentei fazê-lo.
Os depoimentos que colhi, para embasar o que aqui exponho, não serviram de aporte por uma simples questão de confiabilidade.
Estou, neste momento, escrevendo esta teoria – que eu não consegui provar – porque o tempo passou, eu cresci e a minha impressão sobre as coisas do tempo de criança mudou.
Hoje eu diria que “vejo o mundo com outros olhos”. E isso é bastante significativo, considerando que quando você cresce, a idade chega, os deveres aumentam e você tem que batalhar o pão de cada dia, os fatos começam a pesar sobre seus ombros e você tende a ficar mais triste e ver o mundo como algo destrutivo, perdido. Considero aqui todo o peso da responsabilidade.
Eu não. Joguei a toalha, como dizem alguns. Talvez, agora, eu tenha me encontrado – pelo menos em uma parte de mim. Na minha infância eu via o balanço, os patins, a bola de gude, a bola de vôlei, a corda e o pega-pega de forma tão besta e vulgar que eu dizia apenas, “vamos brincar”.
E hoje, agora, neste momento, eu vejo que era tudo tão bonito e nada besta, considerando que era ali, na brincadeira, que eu me sentia verdadeiramente feliz e eu nem sabia. E era ali, na rua de outrora, que a maioria dos meus colegas se distraíam e ficavam longe do males das suas casas. E era ali, na rua da minha lembrança, que tudo se tornava mais leve.
Por isso, hoje, eu resolvi resgatar tudo aquilo. Hoje eu decidi brincar. Eu decidi que o mundo vai ser diferente porque eu posso fazer as coisas mudarem: pelo menos dentro de mim.
A primeira impressão não é a que fica; eu só não tenho modelo matemático para explicar isso.
Muito bom esse texto po...a primeira impressão muitas vezes não passa de mera impressão...
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