Vem e derrama sobre mim o teu olhar como flecha que alcança o alvo preciso em uma pequena fração de segundos, e me reconstrói inteira como se eu fosse instrumento bruto em tuas mãos. E me enche de palavras cheias de hiatos e ditongos constantes em mares de letras que desconheço, por serem novas para mim, e as transforma em frases reveladoras.
Vem e me cobre com as letras transformadas em palavras e transformadas em frases de inverno a verão. De tempos e espaços de um dia incomum de uma Avenida movimentada em pleno final de semana de raios de Sol avermelhados; vem e me engloba em tuas células e me faz constante e inteira e me faz teu mundo de mistérios interiores e exteriores dessa nossa existência perdida como se tudo fosse o "sim" constante e seguro, às vezes. Vem e me consome, assim como faz a terra à água, e me faz dançar como nunca dantes havia feito e me anima a tirar da caixa aquele vestido de seda fina que um dia eu guardei por desesperança.
Vem e me faz passear por entre as cortinas ilustradas de teus pensamentos imperfeitos e me tira do confinamento dessa desventura sem ponto final e me acolhe em teus braços quentes e macios e me faz ver o céu em multicor ao invés de azul e branco e. E me invades com tua presença, mesmo que eu me encontre parada em frente à janela de pontos escuros do meu casarão interior. Vem e te reveste de máquina de reproduzir cores dentro de um mundo escuro que é de mim tão interior e desigual quanto a existência do meu ghost na parte que cabe todo o meu "eu" por esses caminhos do sem fim.
Vem e me faz querer te ver todas as noites, mesmo que a Lua não dê o seu brilho, mesmo que o céu, em nuvens escuras, havido perdido o azul e o branco, se torne uma ameaça aos meus passos. E, mesmo que eu não tenha como apreciar o ocaso do Sol, eu quero te ver aqui; eu quero estar em ti em mim. Vem e me reveste e me cobre e te cobre com meu eu insaciado e me recompõe e me sacia com tua presença em mim.
Suspirando ilusões aqui. Ilusões de pele, de olhos, de toque, de alma dentro do corpo e corpo fora da alma (rs).
ResponderExcluirbacio
Um eu que quer ser preenchido. Mas veja que duas árvores não podem ser plantadas lado a lado, pois a sombra de uma prejudica o crescimento da outra.
ResponderExcluirO natal se foi e venho aqui dividir mais um pouquinho do meu espírito natalino, desejando que seu próximo ano, seja pleno de alegrias!
Beijus,