22 de setembro de 2011

As Experiências e o Reconhecimento

Por Deivid e Edilma

Ilustração: Edilma
Banalizaram o amor, só pode. Está tudo tão corriqueiro que a melhor saída passou a ser a porta que dá para o inverno. É tanto “eu te amo” que é difícil saber quando é verdade. 

Os dois haviam passado por péssimas experiências, frustrações. No fim das contas, tinham medo. Só não sabiam exatamente do quê. 


Ele, sobretudo. Escondia na rudez masculina seu coração sempre tão quente. Acendeu um cigarro, pediu desculpas e um abraço. “Está frio aqui fora, venha, vamos pra casa”. 

Não pensava em sexo, o que lhe dava segurança. Queria alguém para conversar, ver algum filme, reclamar do emprego, rir da própria vida. Não há melhor cabeça do que aquela que ri das próprias fraquezas, as assume, promete a si ingenuidade. 

– Vou pedir ao meu peito para ser menos bruto – ele disse.

– E eu para que nunca desista; fosse diferente, eu não estaria aqui – ela respondeu. 

A TV mostrava as mesmas bobagens de sempre, mas, ao menos, a temperatura era outra. E havia café. E tantas outras coisas para distrair, para deixar tudo mais leve. 

– Nada é certinho, dois e dois, sem percalços. No fim, vamos rir de tudo isso. 

– Quando acordei, me senti um soldado que se levanta para o ofício; seu árduo, mas necessário ofício. Eu tinha uma missão, eu sabia que tinha de vir, eu não podia adiar, eu não podia falhar. 

– Embora sem saber o caminho. – Mas você sempre soube. Entende isso? Você é o mapa, e isso é mais simbólico do que parece.
 

Texto realizado em parceria com meu amigo Deivid do Blog Impressões Sobre o Mundo Adulto!

Um comentário:

  1. o que eu tenho a dizer é que me vi no texto, esse medo todo e essa "banalização" do amor, é simplesmente o que estou sentindo. Adorei Edilma.

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