16 de dezembro de 2012
A Saudade é um Rolo que Nunca Acaba
14 de novembro de 2012
A Retomada
Dos ensinamentos do Moacyr
Não quero convencê-lo, caro leitor, de que neste espaço não cabe abertura para verbos na primeira pessoa do singular. Seria um equívoco pensar um diálogo sem o uso de tais recursos de linguagem. Ou então este espaço seria unilateral, o que não cabe aqui neste exato momento, muito menos em momentos anteriores a hoje. Mas o que eu quero deixar claro com esta mensagem é que eu sinto falta daqueles momentos fortes do dia-a-dia em que eu me sentia incomodada com tanto sentimento em volta de mim e expunha isso em palavras para exprimir minha tristeza pela distância, pelo desafeto ou afeto de outrem e até pelo desacato; a ternura pelo encontro ou desencontro entre as pessoas, muito comum a todos nós caros indivíduos iludidos ou desiludidos. E também indivíduos que iludem outros e outros por aí vez em quando – fato inegável.
25 de outubro de 2012
A Cartomante e o Homem do Futuro
Durante este tempo, eu ainda estava morando próximo à beira do cais, no Recife Antigo, e ainda mantinha a ideia do bem-viver como algo que purificava o espírito. Conservava a alma com a pureza do ar que, naquele tempo, se podia respirar tranquilo. Era noite, o Recife mantinha a calmaria marítima da noite e o cais, obscurecido, era agitado apenas pela passagem dos trabalhadores e visitantes do lugar. Mas algo chamava a atenção: a mulher de cabelos compridos e batom vermelho reluzente sentada no batente próximo ao galpão de carga e descarga. Parecia muito pensativa.
28 de setembro de 2012
Rua da Coragem

8 de agosto de 2012
O Poder das Coisas #2:
O Poder que a Palavra tem Sobre as Coisas
Ilustração: Alesson Felipe |
18 de julho de 2012
O Poder das Coisas: #1
o poder que a palavra tem sobre as coisas
Ilustração: Alesson Felipe |
2 de julho de 2012
Na Areia do Além Mar
Por Jack Borandá e Edilma Maria
Ofereço ao meu amigo Jack Borandá
por ter me convidado para participar deste belo escrito.

20 de junho de 2012
Dave Grohl com F Maiúsculo

14 de junho de 2012
Você é a Minha Cinemateca
5 de junho de 2012
Chandler, 1929
Ilustração: Alesson Felipe |
Minha pequena, em alguns jogos, as palavras são peças de ouro; em um jogo de blefe, por exemplo, o que perdura são os gestos, a estratégia de ação determina o resultado da aposta. Por isso tenha muito cuidado: as palavras pronunciadas têm muito poder e as escritas, também. Ele costumava falar assim, como se estivesse reproduzindo um sermão, toda vez que nos encontrávamos no banco da praça da rua Chandler, nas tardes frias de inverno. Não fosse por esses pequenos encontros, minha cultura se resumiria ao crochê e aos chás na casa das amigas de minha mãe.
21 de maio de 2012
Bastava Um Olhar
Ele vem e toma as minhas mãos nas suas e me envolve em seus braços fortes: abraço. Ele me pede com olhar insinuante e me desafia a recriar imagens suas de um tempo distante quando ainda éramos jovens, perdidos e iludidos por não sabermos bem a direção a tomar; e nossos pés andavam espalhando poeira por todos os lugares; é, não sabíamos onde fincar a pedra. Quando ainda tínhamos a ilusão de que os tempos seriam incríveis e a direção seria sempre à frente de nossos pés, criamos sonhos e desejamos castelos. Que ilusão a nossa, estávamos com a visão carragegada de argueiros e, mesmo com o incômodo, tudo pareceia tão natural e descolado que nos sentíamos especiais. Era tudo tão incrível e havia pessoas tão maravilhosas à nossa volta que esquecemos de olhar para dentro de nós mesmos para descobrir o que havia ou o que estava acontecendo, talvez a perspectiva fosse errada. E era, fato comprovado; agora que parei para pensar no ontem, percebo o quanto fomos inúteis.
18 de abril de 2012
Voo por Entre Nuvens
Seus olhos brilhavam como se fossem inundados por água, duas bolhas cheias de segredos incontestes: ela era a mais franzina da Vila Francinette e também a mais intrigante de todas, seu nome era Emília, a moça dos versos rebuscados e enigmáticos, sua fama corria a Vila, mas seu posicionamento arredio afastava a maioria das pessoas do seu convívio. Tudo bem, ela ainda tinha a família e a imaginação. Emília figurava o silêncio, mas seus olhos d'água corriam precisos por todos os lugares e eles falavam mais do que qualquer palavra pronunciada.
15 de abril de 2012
Sonho de Dois por Um

4 de abril de 2012
Notas Sobre a Tristeza cap. 02
Mergulho
"O significado da vida transborda no sangue que pulsa"
Quando a tristeza toma conta do corpo e da mente, a esperança fica impenetrável. E então surge o primeiro sinal do mergulho: a fraqueza. Por um longo tempo, ele caminhou por entre as sombras, perdido, mergulhado em si mesmo, mas desprovido de amarras e convenções sociais.
2 de abril de 2012
Notas Sobre a Tristeza cap. 01
Morte e Vida
Veias, o significado da vida transborda no sangue que pulsa. Veias pululam em sua pele alva, mas podia ser negra, se assim ele achasse conveniente. Veias, o significado da morte transborda no sangue que pulsa. Morte. Morte e vida era o seu estado. Em memória de si mesmo ele bebeu vinho, cobriu o corpo e o espelho com lençol branco e tingiu de escarlate as paredes de sua casa com um resto de tinta que ele encontrou em meio a uma pilha de lixo entulhado a duas quadras do seu endereço. Foi a partir desse momento que ele percebeu o inevitável: estava perdido.
15 de março de 2012
Acessibilidade

Antes de o amor chegar, eu estava sentada em frente ao mar, boca seca, pés cansados, olhar perdido e mãos corroídas. Mãos corroídas pelo tempo. Tempo de espera que me machucava a cada vez que eu olhava para a vida e não enxergava a esperança junto à ponta dos seus dedos; a cada vez que eu tentava levantar e não conseguia porque as forças me faltavam e me impediam de ir além. Foi então que, ao longe, eu vi a sua mão e meu rosto se iluminou. Foi quando você veio.
27 de fevereiro de 2012
De Gelo
Dê-me as mãos, as minhas estão tão frias, já não sinto os meus dedos, há gelo em todos os lugares desta casa; o canto, o nosso preferido, já não é mais o mesmo desde a sua partida. Lembra quando a gente compartilhava segredos nas noites quentes de verão e trocávamos olhares de cumplicidade e paixão e, às vezes, meus pés roçavam nos seus e eu sentia a sua quentura em minha pele enervada. Sim, eu lembro. Guardo tudo em minha memória, como agora. Como se eu estivesse segurando suas mãos.
15 de fevereiro de 2012
Carnaval Tem Sempre
"A La Ursa quer dinheiro, quem não dá é pirangueiro!"


Ouvi o barulho e, por um instante, fiquei imóvel. Era inevitável, o carnaval havia chegado e eu precisava agir. Fechei o livro e guardei-o na estante, fui até a janela e. E Quando abri um dos lados, me surpreendi: tamanha magia. Como num sonho, me deparei com uma grande multidão que cantava em uníssono: “E, Recife, adormecida, ficava a sonhar ao som da triste melodia”. Longe da tristeza, mãos nas alturas, roupas coloridas, embalo musical: a multidão estava eufórica. Não, não era sonho. Era uma grande elevação; ou melhor, um domínio. Um domínio do corpo e da alma porque o meu eu era força; o meu sangue fervia, meus pés ardiam. E, naquele momento, eu era o frevo; eu tinha o frevo nos pés, o batuque dos tambores nos ombros e nas mãos. Eu era toda Nordeste. Nordeste em cores e, pra onde eu me virava, carregava no peito a alegria de morar numa cidade linda chamada Recife. Recife pintada em sonhos, em histórias: recife português e holandês. De todos os dias, de todos os ritmos e de fantasias: era carnaval. “É pirangueiro! É pirangueiro!”, gritavam as crianças quando um bom vizinho não dava dinheiro. Era o som do carnaval de rua, o melhor de todos. E cada canto tinha sua peculiaridade e tudo se misturava numa grande festa. A festa de rua.
2 de fevereiro de 2012
A Vida Secreta

16 de janeiro de 2012
Que Ela Fale...

4 de janeiro de 2012
O Caminho até Aqui
"E vou tomar aquele
Velho navio
Aquele velho navio..."
(Jards Macalé e Wally Salomão)
Ela tinha que seguir em frente, bem sabia; como um músico que inicia sua melodia com firulas para incitar o público a segui-lo no mesmo tom, assim o seu âmago indicou o caminho. Fez o seu roteiro como quem faz uma jangada de pau a pique, sem sustentação, sem nenhuma substância, sem previsão de retorno: improvisada pela necessidade do tempo. E, sabia, depois que entrasse no meio do mar não haveria mais volta. Era certo que, em algum momento, a jangada a deixaria à deriva: preferiu arriscar-se.
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